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Nova regra trava vendas de Ozempic e expõe risco para farmácias: o que muda no setor?

Se você atua no setor de saúde, farmácia ou mesmo na gestão de benefícios corporativos, a nova exigência de retenção da receita médica para a venda do Ozempic muda o jogo. A decisão da Anvisa, implementada em junho de 2025, não é apenas um ajuste burocrático: ela redefine fluxos de venda, gestão de estoque e o próprio acesso ao medicamento, que se tornou alvo de uso indiscriminado para emagrecimento. O cenário agora exige inteligência de mercado e adaptação rápida para garantir compliance e capturar oportunidades legítimas.

O Que Realmente Mudou nas Regras do Ozempic?

Desde junho de 2025, farmácias só podem vender Ozempic mediante apresentação e retenção da receita médica. Antes, a exigência de receita já existia, mas a fiscalização era frouxa e muitas farmácias não retinham o documento, facilitando o acesso indevido. Agora, com a nova determinação da Anvisa, a fiscalização foi intensificada e a obrigatoriedade da retenção passou a ser regra, não exceção [1]. Na prática, isso significa maior controle sobre quem pode comprar o medicamento e uma barreira adicional ao uso sem acompanhamento médico.

O sinal para o mercado é claro: farmácias e clínicas precisam revisar protocolos de venda, treinar equipes e ajustar sistemas para garantir conformidade. Quem não se adaptar, corre risco de sanções e perda de credibilidade.

Por Que o Controle Ficou Mais Rígido Agora?

O aumento explosivo do uso do Ozempic para emagrecimento, fora das indicações clínicas aprovadas, pressionou órgãos reguladores. Relatórios do sistema VigiMed mostraram que o Brasil lidera em eventos adversos associados ao medicamento, reflexo direto do uso sem orientação médica [4]. O desafio agora será equilibrar o acesso legítimo para diabéticos tipo 2, público-alvo da droga, e conter o consumo motivado por tendências de emagrecimento rápido.

O recado para quem busca competitividade é: invista em orientação ao cliente e em processos robustos de compliance. O risco de desabastecimento e de litígios aumenta para quem negligencia o controle.

Como Funciona a Receita e Quem Pode Prescrever?

O Ozempic é um medicamento de tarja vermelha, exigindo prescrição médica, mas não é considerado psicotrópico ou entorpecente. A receita deve ser de controle especial, emitida em duas vias idênticas, seja após consulta presencial ou teleconsulta [2]. Médicos de diversas especialidades podem prescrever, mas a responsabilidade sobre o uso correto recai sobre o profissional e o estabelecimento que realiza a venda.

Oportunidade para clínicas e plataformas de telemedicina: padronizar fluxos de emissão de receitas e reforçar a documentação pode ser um diferencial competitivo e de mitigação de riscos.

O Impacto para Farmácias e Distribuidores

O novo cenário exige adaptação imediata das farmácias, que devem implementar sistemas para retenção e arquivamento das receitas, além de treinar equipes para identificar prescrições válidas. A fiscalização foi intensificada e o não cumprimento pode resultar em autuações e até suspensão da licença de funcionamento [1]. Para distribuidores, a demanda tende a se estabilizar, reduzindo picos causados por compras motivadas por modismos.

Sua operação está pronta para essa mudança? Quem se antecipar à digitalização dos processos e à integração com prescrições eletrônicas, captura valor e reduz riscos.

Ozempic no SUS e o Futuro do Mercado

O Ministério da Saúde avalia a incorporação do Ozempic ao SUS, mas ainda não há decisão final sobre a oferta gratuita [3]. Por outro lado, a fabricante Novo Nordisk busca estender a exclusividade da patente, que expira em 2026, o que pode influenciar preços e disponibilidade no médio prazo [5].

O recado é: prepare-se para um ambiente de concorrência acirrada e possíveis mudanças no acesso público. Quem acompanha de perto a regulação e se posiciona para atender novas demandas do SUS, amplia seu market share.

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